sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Nem a luz de astro nem a luz de flor somente


Nem a luz de astro nem a luz de flor somente: um misto...
De astro e flor. Que olhos tais e que tais lábios, certo,
(E só por serem seus) são muito mais do que isto...
Ela é a tulipa azul de meu sonho deserto.


Onde existe, não sei, mas quero crer que existo
No mesmo nicho astral que luares aberto,
Em que branca de luz sublime a tenho visto,
Longe daqui talvez, talvez do céu bem perto.


Ela vem, (sonoral!) vibrante como um sino,
Despertar-me no leito: ouro em tudo, - na face
De anjo morto, na voz, no olhar sobredivino.


Nasce a manhã, a luz não tem cheiro... Ei-la que assoma
Pelo ar sutil... Tem cheiro de luz, a manhã nasce...
Oh sonora audição colorida do aroma!

Alphonsus de Guimarães

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